Um Sorriso

História e razão do poema:

        Carolina Prata, autora deste poema me enviou o texto e ao me deliciar com os prazeres do tabaco o lí e me veio a mente uma forma, conversando com a Carolina, propus aplicar a minha ideia e negócio fechado. 

        Ando muito inspirado em Leminski e no trabalho dele, do sentido ao sentimento, da imagem à leitura, da estética das palavras. Portanto eu quis formar o sorriso seguido da bagunça íntima qual é desejar o sorriso de outrem. A autora porém, tinha seus propósitos na composição, que não necessariamente seriam convergentes aos meus, de toda forma apresento o resultado desse trabalho, que de minha parte dedico para Larissa Xavier, que em pouco tempo virou a dona de meu sorriso.
        Para abrir o poema que fiz como imagem para travar a sua estética e forma, clique sobre a miniatura a seguir.

Everton Ferreira

Vai e faz

Conforme o tempo passa eu percebo que a gente é um saco fundo de expectativas frustradas, e esse saco é feito de uma malha costurada e tramada de seus fracassos e aquilo que você nunca quis e aquilo tinha potencial pra ser, mas nunca foi.

Por isso tem que ser duro na decisão que tomar, seja ela qual for: Vai e faz!

Se você escolhe uma coisa, você só consegue fazer se  ignorar tudo a sua volta, você deve acreditar nessa decisão, deve acreditar em si, deve ter em mente que essa ideia não vai pro péssimo saco fundo.

Vai e faz, Porque sempre terá motivos pra que você não possa fazer o que aquilo deve.

Vai e faz, faça um saco novo, um saco de malha tramada de sucesso.

Everton Ferreira

Na minha casa

Que na minha casa
Não vistamos nada
Terá traje obrigatório,
É permitido apenas
Vestir-se de ideias.

Que em minha vida
Só me vista de você
No meu ponto de vista
É que sou você e
Você é eu.

Que na minha mente
Só vista de positividades
E que é mais sincero
Inevitavelmente
É que te quiero.

Everton Ferreira

Na hora errada

As vezes penso que penso demais.
E penso que não queria pensar,
O pensar só faz querer
E eu não quero.

Não quero porque tudo que se quer
Não é do jeito quisto
Tudo que há de se querer
Vem torto, distorcido e quebrado.

O querer melhora o desejado,
Pinta de maravilhoso
Magnifica mentalmente desenhado
Faz do que é torto perfeicionado.

O que é querer?
Alguém que te faça acreditar
Querer algo que possa se esquecer,
Algo que não possa acabar
E algo que ninguém pode te oferecer.

Que o que queres acabará
Acabará quando não quer
Então porque querer
Se tudo aquilo que se quer
Acaba
Na
Hora
Errada?

Mais de nós

Nó (nós)

Fadadeza

Esteja morta
E se mantenha assim,
Seja pelo motivo que for
Só deixe de estar afim.

Renasça em outro lugar
Em outro trago
Em outro olhar
Em outro lado.

Não use seu veneno contra mim
Não funcionaria
Você se contaminaria,
Eu suportaria dias afim.

Não use minhas loucuras
Para justificar as tuas.
Minha insanidade
É para mim.
(egoistamente só para mim)

Nem o meu descaso
Desse azar safado.
De ter sorte nesses amores
Que não importa vidas ou mortes
Estarão aos prantos e fracassos
Doentiamente
Fadados.

(Everton Ferreira - data desconhecida)