sexta-feira

Liberdade

Será que é o começo,
Ou será que é o fim?
Será que regresso
Para dentro de mim.

Ainda que eu prefira a adrenalina
Viver a realidade, mesmo sem felicidade,
Me faz sentir humano, mais um nessa cidade,
Não quero viver a vida de morfina.

Ainda que eu não possa fugir de amores,
E que não possa controlar meus passos,
E que esses passos não sejam apenas flores,
E de saber que de flores e amores, restarão dores.
Apenas dores!

Não fujo, quero que seja natural
Mas não deixo de viver uma vida radical
Não quero acidente, mas que haja dor
E que essa mereça viver com amor.

Mas se é para ser felicidade,
Não seja apenas uma palavra,
E faça que minha mente se abra
Nessa eterna busca da liberdade.


(Everton Ferreira)


Nota:
Nesse poema eu queria falar sobre a morte, depois quis falar sobre o amor, depois ainda quis fazer uma relação entre se "prender na busca da liberdade", acabou que descobri que a liberdade é a busca da liberdade. Agora me resta saber se quando essa tão esperada hora chegar estarei liberto, ou se estarei feliz.

domingo

Ironia.

Sabe, eu preciso contar
Que eu não sou especial
E que não sou quem você
Sonhou que eu fosse.

Vivemos uma vida de números
De valores, apenas preços míseros.
Nada de valores humanos
Não importa índole, sonhos e planos.

Mesmo assim não me sinto mal
Se sou apenas um mau presságio,
Eu confiarei no meu talento,
Pois entendo que tudo tem seu tempo.

Se eu tenho o dom dos poetas mortos
Que eu seja imortal!
Mesmo que não seja um rico em potencial,
Não importa, não me importo.

O importante é ser quem sou.
Não viva uma vida que não sonhou
Tenha sempre isso no pensamento
Até o fim do seu tempo.


 

(Everton Ferreira)

terça-feira

Maior tragédia astro-televisiva dessa semana.



Uma menina teve que morrer
Para descobrirem seus dons
E valorizarem seus atos bons.
Precisou mesmo ter que falecer?

Santa aparência
Criada para a nação,
Na medida da tão
Visada audiência.

Maldita televisão!
Por favor, impeçam que nossos mortos
Morram em vão,
Pelos telejornais e os falsos devotos.

Escândalos somem como reviravolta.
Os corruptos, os roubos, as propinas,
As chacinas, terroristas e as revoltas
Todas escondidas pela morte da menina.

(Everton Ferreira)


Nota do autor:
Poema revisado, e editado segundo crítica em 12/01/10. Sendo o sentido original preservado, e o poema redigido inicialmente arquivado.

Eita



Eita, quanta saúde
Olha o tamanho na menina
Sua vida, sua virtude
Sua mocidade, minha cobiça.

Eita, que me tira o sono
De imaginar, me sinto forno,
E ainda nem é outono,
De desejar, os teus contornos.

Me ajuda a ser insone
Me ajuda a compor
Me traz a sorte, como Alcione.
Me faz a morte, ou torpor.

Eita! Que faz-me a surdez
Ao ouvir seus cantos, encantos
Que me faz seguir, sua trilha
Escalar o monte
Surgirei ereto e ereita
E não serei coerente a alteração evidente
Ao se descontrolar
Ao se harmonizar, e profanamente profanar
Sentir o que se sente, não emoção, não! É sim!
Regado emoção, sem jargão, ou safanão, nem rimar com coração
Ao perder a razão,
Até recobrar.

E me recompor...
Eita!


(Everton Ferreira)

domingo

Escondido



Pode parecer estranho
Se dormir um sonho profundo
Te encontrarei num outro plano
E buscarei em qualquer mundo.

Mas me encontro em um impasse
Não sei dizer, se não do meu jeito
Modo esse, que eu mais pensasse
Do que sinto, ainda seria imperfeito.

E se não fosse entendido
Então prefiro ficar escondido
Do que ter mais que amado
E no fim fosse fogo frustrado.

Devo deixar de ser egoísta
Parar de falar do meu cotidiano
E colocar você sempre em vista
E mostrar pra todo mundo que te amo.


(Everton Ferreira)
Nota:
Odeio meu "eu lírico", os textos saem ou melancólicos demais, ou melosos demais, ou sérios demais.

E o Vestibular



Imagem não é nada,
É tudo!
Sede de quê?
Imagem de quê.

Hoje tive que escrever
O tema era imagem
Tive que ceder,
Iniciar a viagem.

Ide com coragem
Viagem pra filosofia
Expus minha bagagem
E a minha companhia.

Foi dissertação em prosa
Formula quase religiosa
Só escrever o pensamento
E fazer um julgamento

Para depois ser julgado
Se condenado
Paraíso singular
Livre do vestibular

(Everton Ferreira)

sábado

Vazio, ninguém



Quantas decepções terei?
Quantas vezes me empolgarei?
Por quantas vezes me apaixonarei?
A felicidade que buscarei.

E por mais que os outros tentem
Nunca será o suficiente
Quero algo muito além
Tão perto também,
Deste desejo onipotente.

Buscar aquilo que não se tem,
Ter o coração aberto.
Valorizar o que se tem
É cheio, mas sem ti, deserto.
Vazio, ninguém
Será que é ser liberto

E por mais que a gente tente
O final é sempre triste
É difícil estar contente
Uma hora se desiste
Posso dizer que certamente
A felicidade não existe.

(Everton Ferreira & Gabriel de Mattos)

TANTRA DA PAZ MAIOR



Se eu vejo o tempo passar
Me conformo
E ao perceber a idade avançar
Me conformo
Mas comparado ao mundo
Bebê ainda acordo.

Aprendi então o valor
Conformidade
É o que trás a paz maior
É a conformidade
E de afastar o pior
Só a conformidade

O maior diálogo
Conformista
É o entendimento
Conformista
Aceitação
Tem que ser conformista

É o que chama a paz
Conformidade
Não o leva para traz
Conformidade
Atitude audaz
Conformidade
E não importa a idade.


(Everton Ferreira)

sexta-feira

Lá vem o ano do tigre



Nada me deixa mais descontente
Do que perder aquilo que não ganhei.
Antes sem mim, nas suas fotos contente
Olho imagino, contigo sonhei.

Queria o passado apagar
Esperança ao me explicar
Me sentisse sendo imaterial
Que me desejasse ao ser real.

Real que peca e vive,
Que sente e deseja ser sentido
Com humor em declive
Ao ver mais um amor perdido.

Fui eu que perdi.
Deixei de ganhar
Fechei os olhos, esqueci
privado de amar.

Contudo, em sonho, nada disso tive.
Ainda que vistas, agora são fotos apagadas,
Assim, promete o ano do tigre,
E suas falhas, enfim serão mudadas.


Como um quebra-cabeça





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Motivo que me descarte
Livre está, e vou deixar
Voe, e se não voltar.
É porque nunca de mim fez parte.

(Everton Ferreira)