quarta-feira

Fadadeza

Esteja morta
E se mantenha assim,
Seja pelo motivo que for
Só deixe de estar afim.

Renasça em outro lugar
Em outro trago
Em outro olhar
Em outro lado.

Não use seu veneno contra mim
Não funcionaria
Você se contaminaria,
Eu suportaria dias afim.

Não use minhas loucuras
Para justificar as tuas.
Minha insanidade
É para mim.
(egoistamente só para mim)

Nem o meu descaso
Desse azar safado.
De ter sorte nesses amores
Que não importa vidas ou mortes
Estarão aos prantos e fracassos
Doentiamente
Fadados.

(Everton Ferreira - data desconhecida)

quinta-feira

Me Dá Coisas

De quando em  vez,
Aparecem umas coisas
E não tenho como deixar de ver:

É gente curtindo coisas,
Falando blá e que faz e coisas,
Negando antigas verdades de coisas
E vendendo ideias absolutas de coisas...

É nessa ideia que a gente entende a tal coisa:

Porque a gente conhece a pessoa,
Sabe se ela faz coisas
Ou se tem medo da coisa,
Me dá uma coisa,
E aí vem aquele pensamento único:

-Que hipócritas!

(As vezes eu estou incluído nessa coisa)

...E isso me dá coisas!!!

Everton Ferreira

quinta-feira

Um cigarro e um escarro, por favor!

Sóbrio amor...
Não é por ti que choro.
Aliás nem sei por quem. 
Só espero pelo açoite,
Que virá no meio da noite,
Me castigar tirando a dor.

Tão sublime dor que me instiga,
Me faz viver, me faz mulher,
Me faz querer mais um cigarro,
Talvez até mais um escarro,
Pra vociferar as palavras engasgadas
E minhas amídalas inflamadas.

Nesses versos mesquinhos
Revelei minha face vil, viu?
Falei sobre a elegância dos cigarros
E mostrei a podridão da mente.
Sem esquema de rimas ou delírios.
Uma poetisa analfabeta.

Você já devia saber.





-----


Alexia Zappalá

segunda-feira

Diabetes pra você!

Chega de cu doce!
Foda-se
Não tenho diabetes.

Doce mesmo só quero um,
Dois talvez, três depois do chá


Porra, eu não sou diabético
Foda-se meu corpo esquelético
Se crianças, cheiramos a talco;
Hoje cheiramos cocaína;
Amanha naftalina.

É uma droga assim a vida
FODA-SE
Aliás quero que vocês se fodam
Sem cu doce
Afinal, não se preocupe
A diabetes acabará
Com sua vida mesmo assim.
E doce mesmo
É aproveitar o estrago
Da droga que chamo
De 
     V
       I
         D
           A.

Everton Ferreira (03/12/12)

Recalque

Observando o transeunte
Percebi como sua vida
É cheia de falsidades,
Negará por mais que eu pergunte
O quanto está perdida
Se empatia  validasse,
Sua alma vendida.

Olha que infeliz
Não sabe o que faz,
Não sabe o que diz.
Antes fosse como eu
Sagaz e capaz
Vivendo o que eu quis.

Poema: Everton Ferreira (03/12/2012)
Fotografia: Fabio Cabral Durso.

Poema feliz

Ah, me diga que existe!
Se existir é falso,
Porque o poeta em si é triste
Ser poema feliz é muito raso.
Ah, vai e arrasa!
Vaza raiva, vaza ira,
Vaza eterna...
Eternamente é
Certamente
Uma falsidade
Chamada:
Felicidade.

Everton Ferreira (03/12/2012)