segunda-feira

Jogo de palavra



Jogo o jogo,
Jogo de palavra
Lavra o jogo
Palavra por palavra.

Faço a rima.
Ri, mas faço.
Passo a mima,
Rima de fracasso.

Vírgula errada,
Rajada vir gula,
Ir gula faltada.
Escassa vírgula.

Viva o ponto final!
Final da palavra viva,
Viva ate o ponto,
Esse ponto final.

(Everton Ferreira)



obs: dedicado ao thulião e nossas conversas cabeças.

domingo

Filosofia de latrina

Filosofia de latrina

Se for escolher meus melhores poemas
Preferirei apenas o pior
Pois com o mal me faço melhor
Um em milhares de dezenas

Tão bem quanto um artista
Procura sua obra perfeita
Busca cega e altista
Como existisse receita

Na poesia Drummond tentou
Na música D2 se inspirou
No amor Vinicius cantou
Inspirado também estou

Sonetos piores
Filosofia de latrina,
Intenção das melhores
Texto sem disciplina

Tão mais quanto me inspiro
Escrevo do que sinto e vejo
Falo de coisas do destino
E das coisas que desejo.

Espero não cometer
Nenhum pecado
Nem revelar caráter,
Motivo tenho buscado.

(Everton Ferreira)

Contador de visitas

Estreando contador de vísitas, hoje 27/12/2009.
Se for um fiasco, excluo.
O contador, o blog continua, finjo que não ví.

Em cor de rubi



Tão muito engraçado
Quando me atrasei,
Foi quando encontrei
Achando, desencontrado.

Destino mais uma vez,
Destino achado,
Desejado, buscado,
Destinado talvez.

Não desisti!
Não vou omitir!
Que tu me faz sorrir
Em cor de rubi.

E mesmo em enfermidade
Procuro a felicidade
Nem mesmo insano
Não mesmo, não me engano

Encontrei em ti,
Mulher de libra
Paixão com fibra
Jamais resisti.

(Everton Ferreira)

Aninha que vende cartão



Conheci um exemplo de ternura
A Aninha que vende cartão
Com simpatia que me tortura
Seu puro poder de persuasão

Ela e seu trabalho árduo
De convencer pessoas brutas
A simplesmente não a deixarem no vácuo
Pede: apenas um minuto, me escuta

Aninha e seus problemas
Simpatia que me contagia
Merece milhares de poemas
Com algo mais que poucas rimas

A Aninha, que vende cartão
Me dedicou algumas músicas
Maneira que não esperei nunca
Ela comprou meu coração

(Everton Ferreira)

terça-feira

Destino deixado



Foi mal o atraso, segue a poesia de domingo.

Destino deixado.

Quais os passos do desígnio?
Intervenção do humano
ou coisa de muito além e divino
Em suaves toques em soprano
Que às vezes deixam vestígios
Só porque percebo, chamado insano.

Mas se um alto morro me testa
Enfrento e escalo sem pestanejar
Sigo ao som suave à celesta
Ao caso do acaso simpatizar
Se sucesso tiver, irei com festa
Se fracasso tiver me consolar.

Há muito entendi que não posso tudo ter
Contudo terei permissão de sonhar
sinfonias de revés continuo a reger
Sou tolo, quero uma vida vivida findar.
É o presente mais digno que se possa obter
Dizer que vivi ao bater no peito, poder gritar.

E se disfarço o que sinto com falso lirismo
É uma maneira que achei para me encontrar
Maneira de ler pós cessar meu fanatismo
Na madrugada, e no silêncio da noite cantar
O planejamento das coisas, me organizo
E deixar o destino, a seu cargo dançar.

(Everton Ferreira – 13/12/2009)


sexta-feira

Alusão em mim



Alusão em mim

E se sozinho uma voz me fala
De viajar, capaz seria
De prosear sem companhia
remeterá versos que falha

Se não vos fala, sentires falta
E de tão bronco, sinto vergonha
Me imaginar em esquizofrenia
E esconder a face sobre a fronha

Até teria overdose cultural
Me entorpecer de simbologia
Me exaurir de nós em agapia
E embriagar de lirismo irracional

Se me faz mal
Eu abro os olhos, acendo a luz
Tonalidade, que não te seduz
Porque partira?

Não te partiras, intenção vasta
Ainda bem!
Jamais me deixa, e que me basta
Querer tão bem esse sei-lá-quem

E que não vejo, juro que tento
Mas eu me sinto, assombração
Se não sois tátil, é emoção
Troará festim, embate violento
Na minha cabeça, dentro de mim.

(Everton Ferreira - 11/12/2009)

quinta-feira

Minha mulher, minha cura.



Como prometido, agora segue uma poesia erótica.
A de ontem ficou uma droga, excluí.Então caprixei nessa perceba que está até em forma de lua. =)


____________

Minha mulher, Minha Cura

___Quero de ti inspiração e cobiça
_____________Teria a mais sensual pintura
__________________Te enlaçando pela cintura
_____________________Roubei um beijo de conquista

_______________________E do resto do mundo me afasto
_________________________Me hipnotiza com seu olhar de gula
___________________________De tal criatura jamais me satisfaço
____________________________Sede, obsessão e Loucura

____________________________Unido ti completamente nua,
____________________________Te morderei, e de prazer me alimento
_____________________________Até avermelhar a tua carne crua
___________________________Com voracidade, e não me contento.

____________________________Grita, me arranha, me aperta
_____________________________Em seus seios, me sussurra
__________________________Em nos ouvidos palavras inversas
___________________________Sentimentos de prazer de luxúria.

__________________________Ressudados pasmos em êxtase
___________________Pela janela assistindo a lua
______________Agora sem qualquer frase
____ Minha mulher, minha cura.

(Everton Ferreira – 10/12/2009)

segunda-feira

Lorena



Foi numa estação de trem qualquer
Era um dia de tarde serena
Olhei nos olhos daquela mulher
Indiferente, bela morena.

Daqui ela não era
De comportamento tão estranho
De estilo discreto mais ainda assim, bela
E nosso papo descompromissado de prazer tamanho.

Já nem me importava que estivesse atrasado
“-Sim, dá tempo, fique tranquila...”
Desesperado porque nunca mais a veria
Sim, ao meu relógio eu teria desafiado.

Ainda com o tempo apertado
Estava chegando o momento da decisão
Ela pediu e dei meu email num pedaço de papael rasgado
Segundos antes que nos dispersássemos no meio da multidão.

Trilhando o caminho da escada que sobe
Ainda a olhava, tão bela morena
“Ei, espere! Me diga seu nome?”
Já longe descobri, era Lorena.

Ainda hoje espero seu contato
Maldita cidade de destinos cruéis,
De paixões instantâneas e então descartáveis
De certa maneira rezo, essa ultima estrofe ter errado.


(Everton Ferreira - 08/12/2009)